quinta-feira, maio 22, 2014

MenteQueSentes - Já Disponivel!



O MenteQueSentes já se encontra disponivel!
De momento podem encomendar na Chiado Editora através do link:

 http://www.chiadoeditora.com/mentequesentes

Caso pretendam uma versão com dedicatória do autor, poderão entrar em contacto por mensagem aqui para o MenteQueBrilhas, para ser combinado o modo de entrega.

Atreve-te a atirar a pedra ao charco!

Obrigado

domingo, janeiro 26, 2014

MenteQueVives - Mensagem para a vida

Deitados de barriga para cima, os dois com marcas do vaivém das conquistas, iniciam com a mesma idade o jogo das nuvens. Ninguém sabe porque há um que começa primeiro. E as barreiras ficam temporariamente indisponíveis. Do céu puxam emoções e partilham coisas que viram, que nunca viram ou que nunca vão querer ver. Seguram tudo e e não há nada que pese demais.
E se o vento fosse visível, os dois iriam conseguir convencê-lo a ser a mensagem que falta, quando ao jantar alguém lhes perguntar como lhes correu o dia.

sexta-feira, dezembro 20, 2013

MenteQueSentes - Legado invertido

As palavras que me dás são as que guardo
uma a uma.
As que me dizes
umas lutam atrás do próximo passo
outras recuam, sem o meu instinto.
Assusta-me, não viver com as que ficarem.

terça-feira, setembro 17, 2013

MenteQueSentes - Primeiro Ciclo


Ela queria saber como se desenhava uma letra, daquelas que dá a mão a um sorriso e belisca sentimentos que ainda só imagina.
Queria fazer uma conta onde o dinheiro não fosse sempre o mesmo e as coisas acabassem de verdade.
Queria ir.
Entrar numa porta e descobrir em grande, tudo aquilo que segura dentro do seu quarto.
Conhecer os rostos de quem partilha o futuro, em telemóveis e e-mails ligados às nuvens.
Queria ir e regressar, para contar como foi.
Ir e regressar, para saber como fazer melhor.
Ir e regressar, até perceber que a mala que puxa será sempre do tamanho das viagens que quiser.
Com o conforto de encontrar sempre em cada começo os sorrisos que a sopram, desde o primeiro ciclo.

sexta-feira, maio 31, 2013

MenteQueSentes - Cor que foge

Era um táxi pintado de um amarelo que fugia
e que a pouco e pouco ia ficando em esquinas, ramos de árvore, roupas.
O cliente só se iria revelar por inteiro, quando chegasse ao destino
sempre com a esperança de ainda aproveitar uma réstia da cor que o transportava.

sexta-feira, março 29, 2013

MenteQueVives - Ambulâncias perdidas

As ambulâncias andavam perdidas na cidade. A cadência do azul circular era torpe e as moradas fugiam.
Os outros veículos, heróicos, não andavam. Como se assim com as suas faltas de vida, abrissem vagas para quem esperava as ambulâncias.
As vozes dos que chamavam ficavam nas casas. Milhares de linhas a contornar com silêncio as idades, formavam portas, janelas, esquinas. Uma dessas incontáveis janelas, abriu-se e mostrou vida. Tanta vida que que já não cabia dentro de casa. Não cabia em casa nenhuma, qualquer que fosse o seu tamanho, qualquer que fosse o isolamento. E a vida caía na rua como uma criança que nasce, com o mesmo som da pausa até ao recolhimento.
As ambulâncias continuavam perdidas na rua com o dever não cumprido, deixando no ar a esperança de alguém se lembrar, que não eram mais do que veículos com luzes no tejadilho. Tão pequenas perto de uma vida.

quinta-feira, janeiro 17, 2013

MenteQueSentes - Cada compasso


Teu corpo
a síncope
que me leva
alinhado por cada compasso
até ao despiste.
Bato com estrondo
no capricho que pisei
e vejo ao fundo
duas crianças
que faltam às aulas.

E recomeça a melodia.

quinta-feira, janeiro 10, 2013

MenteQueSentes - O Político e o Desempregado

Conheci dois homens
um escrevia palavras enormes
desmesuradas
de tal forma
que mesmo o outro homem
que fazia os maiores livros
mesmo esse, não conseguiu guardá-las.

segunda-feira, dezembro 17, 2012

MenteQueSentes - Homenzinhos

Os homens que deixaram a construção de um navio a meio
porque pressentiram o seu naufrágio.

Os homens que encostaram a enxada à entrada da horta
porque imaginaram uma tempestade.

Os homens que deixaram uma palavra por dizer
porque não pensaram no silêncio.

Morreram.