O calendário dava motivo de conversa e na mesa a comida dava o sotaque que o vinho ajudava a desembaraçar. Nas paredes escorriam lembranças por relevos de sempre, sem contornarem os adereços de ocasião.
Ela escusava de se mexer para encontrar o ritmo da dança que todos guardavam, mas ninguém ouvia. Em cada fim da mesa, haviam vidas que valiam a pena contar antes de serem engolidas, tal como a mousse de chocolate, enfeitada para o momento.
Houve movimentos normais de uma refeição, mas houve outros que me levaram a uma varanda perto do mar, longe de mim.
Ela sorriu para o empregado que atordoado já não servia, limitava-se a ser parte do sorriso. No momento em que a primeira cadeira começou a arrefecer sem retorno, outras seguiram o processo. Ela não saiu e hoje a lembrança também escorre nos meus dias.
Miguel Alves
sexta-feira, abril 25, 2008
sexta-feira, abril 18, 2008
sexta-feira, abril 04, 2008
MenteQueSentes - Flôr da confiança
A Flôr sorri
porque sabe que de tarde
vai brilhar com o Sol
sem perder
a protecção da Montanha.
Miguel Alves
porque sabe que de tarde
vai brilhar com o Sol
sem perder
a protecção da Montanha.
Miguel Alves
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