Acreditava que para soltar o trapézio, lá em baixo, no meio da multidão, um rosto tinha de a fazer lembrar o primeiro dia que balançou. Tinha de rever o seu sorriso. Rasgado. Iluminado por uns olhos bem abertos e por preencher.
Em noite de espectáculo era sempre assim. A certeza dos aplausos entrava como um pé direito, pelo olhar de alguém ainda com esperança.
Era este imaginário que a deixava soltar um trapézio e agarrar o outro, como se fosse tudo um só gesto.
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2 comentários:
concordo...
beij
Não somos todos como essa trapezista? Todos os dias, antes de sair de casa - o nosso salto de trapézio diário - procuramos um rosto que nos inspire confiança e a certeza do aplauso. Obrigada por seres esse rosto tantas vezes no meu quotidiano!
E obrigada pela tua poesia...é um presente para todos os "trapezistas" :)
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