domingo, agosto 05, 2012

MenteQueVives - Acento no orgulho

Pediu-me ajuda para se sentar junto a mim no degrau. Com a minha mão apertei-lhe o antebraço e ele confiou no amparo. O seu corpo não escondeu a dificuldade de movimentos, e levou-me a pensar como iria levantar-se se eu já ali não estivesse. Ele percebeu e adiantou a resposta com o acento igual ao orgulho que tinha desenhado no rosto. Disse-me, que preferia ter apenas o conforto de alguém durante a queda, do que herdar o mérito de se erguer. E reforçou, que se assim não fosse seria o princípio para cair sozinho.
Vim-me embora mais cedo porque quis garantir que seria mesmo assim e que iria trazer comigo aquele pedaço de vida, intacto, genuíno. Talvez um dia viesse a precisar dele.