quarta-feira, novembro 18, 2009

MenteQueVives - Porta de embarque

Deviam ser poucas as pessoas que não saiam dos lugares, temporariamente seus.
As janelas em vidro a percorrer metade das paredes da sala, tiravam fotografias aos estímulos de quem já queria estar lá fora, fazendo parte de um movimento perdido da Terra.
De jornais a revistas, de latas de sumo a telemóveis, tudo cabia na espera, ainda que não fazendo parte dessa mesma espera.
Até que uma voz, com um eco estrangeiro, pegava nas pernas de cada um dos presentes e fazia com que os agora estímulos de outras viagens, invertessem a espera e dessem espaço ao destino, antes de chegarem.

terça-feira, novembro 03, 2009

MenteQueVives - Rua com saída

Abriu a janela como se não visse a rua, à espera.
Alinhou o olhar com o horizonte. O mesmo que a perseguia desde a adolescência, umas vezes espremido pelo bafo do céu, outras mimado pelo brilho do mar. Era por ele que abria a janela.
Eu cá em baixo, continuava a ver uma rua impaciente. Ora parada, ora a saltar. Ora esforçada, ora vidrada.
E ela coninuava serena, a levar para casa uma janela e para a rua, uma saída.