As palavras que me dás são as que guardo
uma a uma.
As que me dizes
umas lutam atrás do próximo passo
outras recuam, sem o meu instinto.
Assusta-me, não viver com as que ficarem.
sexta-feira, dezembro 20, 2013
domingo, novembro 10, 2013
terça-feira, setembro 17, 2013
MenteQueSentes - Primeiro Ciclo
Ela queria saber como se desenhava uma letra, daquelas que dá a mão a um sorriso e belisca sentimentos que ainda só imagina.
Queria fazer uma conta onde o dinheiro não fosse sempre o mesmo e as coisas acabassem de verdade.
Queria ir.
Entrar numa porta e descobrir em grande, tudo aquilo que segura dentro do seu quarto.
Conhecer os rostos de quem partilha o futuro, em telemóveis e e-mails ligados às nuvens.
Queria ir e regressar, para contar como foi.
Ir e regressar, para saber como fazer melhor.
Ir e regressar, até perceber que a mala que puxa será sempre do tamanho das viagens que quiser.
Com o conforto de encontrar sempre em cada começo os sorrisos que a sopram, desde o primeiro ciclo.
sexta-feira, maio 31, 2013
MenteQueSentes - Cor que foge
Era um táxi pintado de um amarelo que fugia
e que a pouco e pouco ia ficando em esquinas, ramos de árvore, roupas.
O cliente só se iria revelar por inteiro, quando chegasse ao destino
sempre com a esperança de ainda aproveitar uma réstia da cor que o transportava.
e que a pouco e pouco ia ficando em esquinas, ramos de árvore, roupas.
O cliente só se iria revelar por inteiro, quando chegasse ao destino
sempre com a esperança de ainda aproveitar uma réstia da cor que o transportava.
sexta-feira, março 29, 2013
MenteQueVives - Ambulâncias perdidas
As ambulâncias andavam perdidas na cidade. A cadência do azul circular era torpe e as moradas fugiam.
Os outros veículos, heróicos, não andavam. Como se assim com as suas faltas de vida, abrissem vagas para quem esperava as ambulâncias.
As vozes dos que chamavam ficavam nas casas. Milhares de linhas a contornar com silêncio as idades, formavam portas, janelas, esquinas. Uma dessas incontáveis janelas, abriu-se e mostrou vida. Tanta vida que que já não cabia dentro de casa. Não cabia em casa nenhuma, qualquer que fosse o seu tamanho, qualquer que fosse o isolamento. E a vida caía na rua como uma criança que nasce, com o mesmo som da pausa até ao recolhimento.
As ambulâncias continuavam perdidas na rua com o dever não cumprido, deixando no ar a esperança de alguém se lembrar, que não eram mais do que veículos com luzes no tejadilho. Tão pequenas perto de uma vida.
Os outros veículos, heróicos, não andavam. Como se assim com as suas faltas de vida, abrissem vagas para quem esperava as ambulâncias.
As vozes dos que chamavam ficavam nas casas. Milhares de linhas a contornar com silêncio as idades, formavam portas, janelas, esquinas. Uma dessas incontáveis janelas, abriu-se e mostrou vida. Tanta vida que que já não cabia dentro de casa. Não cabia em casa nenhuma, qualquer que fosse o seu tamanho, qualquer que fosse o isolamento. E a vida caía na rua como uma criança que nasce, com o mesmo som da pausa até ao recolhimento.
As ambulâncias continuavam perdidas na rua com o dever não cumprido, deixando no ar a esperança de alguém se lembrar, que não eram mais do que veículos com luzes no tejadilho. Tão pequenas perto de uma vida.
quinta-feira, janeiro 17, 2013
MenteQueSentes - Cada compasso
Teu corpo
a síncope
que me leva
alinhado por cada compasso
até ao despiste.
Bato com estrondo
no capricho que pisei
e vejo ao fundo
duas crianças
que faltam às aulas.
E recomeça a melodia.
quinta-feira, janeiro 10, 2013
MenteQueSentes - O Político e o Desempregado
Conheci dois homens
um escrevia palavras enormes
desmesuradas
de tal forma
que mesmo o outro homem
que fazia os maiores livros
mesmo esse, não conseguiu guardá-las.
um escrevia palavras enormes
desmesuradas
de tal forma
que mesmo o outro homem
que fazia os maiores livros
mesmo esse, não conseguiu guardá-las.
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