quinta-feira, janeiro 25, 2007

MenteQueVives - Escola

Para ele a casa era grande como a noite mas não tão assustadora. Deixava-o sem a mão do seu farol mas não o fazia tremer como quando debaixo dos lençóis, se escondia do escuro destapado.
A escola nunca o fez voltar para trás mas também não o puxava como a terra áspera da rua onde morava. Nele ainda não era nada, aquela voz que todos os dias dava copos de água a crianças com sede de mar, aquele sino, ora sorridente, ora casmurro, aquele leite achocolatado que não tinha prioridade no campo de futebol improvisado ou até mesmo o colega do lado sempre pronto a emprestar a borracha, sem que isso apagasse depois a marca de uma pedra submissa.
Ainda não era nada a escola naquele corpo de tamanho horário, com sonhos tão espessos que anos depois ainda lhe irão fazer dar passos, mesmo quando o tamanho dessa erosão, se revelar pelo branco que carrega.

Miguel Alves

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi... Estava eu a vasculhar as inutilidades da net, peneirando algumas mentes e corações de valor e encontrei ...
nem sei quem és, mas sei q forças desconhecidas me trouxeram até a seu blog hehehe. E adorei. É reflexivo, é belo. Faz-nos pulsar, sentir a vida pulsar.
Sou Mirian, tenho 21 anos, professora de História,aventureira, poetiza...
Se um dia desses estiver a fim de trocar umas ideias e fazer companhia pra um ser carente neste turbilhão planetário... só chamar.
miriancardoso@gmail.com
Abraços Aguardo resposta
Atenciosamente
Mirian Cardoso
SC/Brasil